O vinho foi trazido ao Brasil poucas décadas após o descobrimento do nosso país, porém poucos colonizadores teriam em mente que esta bebida tão característica do continente europeu poderia fazer tanto sucesso num país tropical.
Juntamente da forte colonização italiana que se intensificou no final do século XIX, o principal responsável por trazer esta bebida para cá foi a igreja católica, cujo diversos cardeais indicavam o uso desta bebida à população.
Porém, há diversas peculiaridades sobre esta nobre história que você precisa saber.
Pensando nisso, a Fazenda Capoava preparou um artigo para explicar um pouco melhor como, de fato, o vinho foi trazido, onde tiveram as primeiras plantações e como ele moldou a cultura, a economia e a religião de diversas regiões do nosso país.
Como a história do vinho começou no Brasil
Esta história começou no ano de 1532, quando Martin Afonso de Souza, um colonizador e expedicionário importante, trouxe as primeiras videiras para plantio.
Porém, foi Brás Cubas, fundador da cidade de Santos, quem foi o primeiro a cultivar a vinha nas terras do nosso país.
No Rio Grande do Sul, a primeira videira chegou apenas em 1626 — quase um século depois — trazida por Roque Gonzales. O conhecido jesuíta fez sua primeira plantação na cidade de São Nicolau, cidade característica do território dos Sete Povos das Missões.
Toda essa necessidade em realizar o plantio advém da utilização dos vinhos nas missas promulgadas pelo jesuíta e demais cardeais. Tornando o vinho uma peça chave em diversos rituais.
Contudo, a dificuldade em adaptar a planta ao solo gaúcho dificultou a disseminação desta cultura no Estado.
Já em 1742, com a agricultura ganhando novos rumos e o plantio utilizando novidades tecnológicas, o cultivo alcançou outro patamar.
Muitos especialistas dizem que a chegada de 60 casais açorianos e madeirenses foi de suma importância para difusão da cultura do vinho em nosso Estado, aumentando a troca de experiência entre os plantadores, resultando na melhora da qualidade da bebida.
Por volta de 1840, a introdução da variedade americana Isabel, por Thomas Master, na ilha dos Marinheiros, foi sucedida de grande sucesso.
Sua resistência e rusticidade fizeram que ela se implantasse preferencialmente na região em detrimento das cepas viníferas, mais frágeis. A uva Isabel foi-se disseminando nas áreas de colonização alemã, como São Leopoldo.
A partir de 1875 desponta o grande surto do crescimento da vitivinicultura gaúcha, graças à chegada da colonização italiana.
Isto acontece, pois os italianos traziam consigo, além das cepas de uva européias da região de Vêneto, o hábito do consumo do vinho como um alimento, e o ainda chamado espírito vitivinícola.
As cepas com o passar do tempo começaram a morrer por causa de doenças fúngicas, mas a força italiana e a vontade de manter sua tradição permitiram aos imigrantes que encontrasse uma cultivar que se adaptasse a região.
A variedade de origem americana chamada de Isabel (vitis labrusca) foi encontrada na região no vale do rio dos Sinos, onde os imigrantes levaram para a encosta Superior do Nordeste, sendo que essa cultivar se adaptou muito bem aquelas condições, e permitiu a continuidade da produção de uvas e vinho.
Há algumas décadas a preocupação com a melhoria de qualidade e as melhorias das técnicas agronômicas fizeram com que, novamente, se iniciasse o plantio de variedades viníferas.
Já nos anos de 1970, diversas vinícolas multinacionais, como Moet & Chandon, a Martini & Rossi e a Heublein começaram a investir na Serra Gaúcha, se estabelecendo na região e trazendo consigo equipamentos altamente tecnológico — para auxiliar no plantio e na comercialização do produto.
Por terem experiência na plantação e no comércio do vinho, estas vinícolas resolveram implementar um programa que modificava todo o sistema de plantio — começando a utilizar a famigerada latada à espaldeira.
Além do mais, estas empresas estimularam a produção de mais cepas viníferas, aumentando exponencialmente a plantação e também a qualidade do vinho brasileiro.
Vale lembrar que o solo brasileiro não é muito indicado para o plantio, mas a força de vontade das empresas multinacionais, aliada à história do povo italiano para com o vinho, fizeram com que nosso país ostente padrão internacional de qualidade em todo este setor.
Tão importante quanto conhecer a história de um bom vinho, é saber diferenciar toda sua vasta gama de variedades, não é mesmo?
Leia este artigo sobre os melhores tipos de vinho e como diferenciá-los e desfrute ainda mais desta experiência secular intrínseca na cultura gaúcha.
Se você gosta de vinho, descobrir como ele se originou em nosso país é poder viajar na história e participar de um momento único da cultura rio grandense.
Para melhorar ainda mais sua experiência, a Fazenda Capoava disponibiliza em seu restaurante uma carta de vinhos composta exclusivamente por rótulos brasileiros.
Iniciativa ousada já que no Brasil os apreciadores têm à disposição vinhos de todas as origens do mundo.
Por outro lado a proposta, alinhada à filosofia de valorização da cultura brasileira que define o estilo da Capoava, proporcionou aos hóspedes a oportunidade única de provar o melhor da atual vinicultura brasileira, algo raramente encontrado em outros restaurantes.
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